Fluxos pandêmicos

Fluxos pandêmicos: viagens em busca de vacina e saúde na pandemia

Saiba o que é o turismo da vacina, suas vantagens e desvantagens.      

A pandemia de COVID-19 fez com que fôssemos obrigados a parar a nossa agenda de viagens por um tempo, mas, felizmente, essa situação tem se revertido nos últimos meses e apresentado uma novidade: agora, as viagens não são apenas para turismo, mas também para tomar vacinas.

O desenvolvimento em tempo recorde de uma vacina para a doença e acordos entre países, somados à desigualdade de distribuição de vacinas pelos países, fez com que uma série de lugares se tornassem destinos seguros para se viajar, receber a vacina e ainda conhecer novos lugares, o que recebeu o nome de “turismo da vacina”. Saiba mais sobre o fenômeno.

Por que esse turismo acontece?

A vacina tem sido encarada como uma esperança para a reabertura de fronteiras e volta ao mundo considerado normal ou, ao menos, o mais próximo possível de como ele era conhecido antes.

Já foi provado que, com a imunização em estágio avançado, é possível diminuir as mortes causadas pela COVID, assim como o número de infecções.

Desta maneira, quanto mais pessoas pelo mundo forem vacinadas, mais próxima está a possibilidade de acabar com o isolamento social que foi imposto em alguns países, permitindo que todos retomem sua agenda de viagens normalmente.

Por isso, a jornada contra o tempo, que fez com que os cientistas unissem esforços para criar imunizantes em tempo recorde, também atinge as pessoas que querem conseguir essa vacina, o que leva às viagens de destinos internacionais para, finalmente, conseguirem se imunizar e imunizar suas famílias.

Apesar de parecer novidade, é preciso se atentar ao fato de que o turismo da vacina não é exatamente um fenômeno inédito, já que o costume de viajar em busca de novas tecnologias de saúde e melhores condições para a realização de tratamentos é uma prática histórica conhecida como “turismo médico”.

Não são apenas pessoas em busca de tratamentos para doenças, como câncer, que optam pelo turismo médico: é normal a busca por procedimentos estéticos, odontológicos e até mesmo fertilizações in vitro em diversos países, devido às regras que variam e podem ser mais flexíveis dependendo do território.

Viagens para tratamentos psicológicos, como terapias e spas, também têm se tornado famosas entre os adeptos do turismo médico nos últimos anos.

Quais os principais destinos do turismo da vacina?

Desde fevereiro, pessoas têm feito esse tipo de turismo para países como Rússia e Cuba, que foram os primeiros locais a receber turistas interessados na imunização e estão em um processo avançado de vacinação.

Os Emirados Árabes e Israel também chamam atenção, e uma empresa chegou até mesmo a anunciar um pacote de luxo para vacinação em Dubai.

Os Estados Unidos se tornaram uma rota de imunização muito procurada por turistas devido à familiaridade com suas cidades e, sobretudo, pelo fato de o país ter se mostrado favorável a esse tipo de turismo, promovendo, por exemplo, a cidade de Nova York como um local de imunização e oferecendo facilidades, prêmios e brindes, como passes de metrô, ingressos para cinemas e shows a quem decidir se vacinar por lá.

Quais as desvantagens do turismo da vacina?

Apesar da aparente vantagem, há muito a se considerar em relação ao turismo da vacina: a condição econômica do viajante, já que esse tipo de viagem pode pesar no bolso devido à flutuação do câmbio e passagens de avião, com preços instáveis, e as diferentes exigências de entradas nos países, que mudaram devido à pandemia.

Os longos dias de quarentena em hotéis designados pelo governo, o que acontece no Reino Unido, o grande intervalo entre as doses da vacina e o travel shaming, termo criado para descrever o novo fenômeno que ocorre quando pessoas viajam em meio à pandemia, também são questões a se observar quando se fala sobre a possibilidade de viajar para outro país para conseguir se imunizar.