Golpes envolvendo o mercado financeiro têm aumentado no país; saiba como evitá-los
Obter um empréstimo é uma missão que exige planejamento financeiro e disciplina, além de uma pesquisa aprofundada sobre as condições e custo total do empréstimo.
Contudo, mesmo levantando boas informações e mantendo as finanças sob controle, muita gente ainda cai em golpes, especialmente nos que se referem ao empréstimo consignado.
Por isso, se você está no processo para escolher o melhor empréstimo mas tem medo de sofrer fraudes, veja como funciona o crédito consignado e descubra o que analisar para não cair em golpes.
O que é um empréstimo consignado?
O crédito consignado é um empréstimo concedido a pessoas físicas. Sua principal característica é o pagamento indireto, com parcelas descontadas da folha de pagamento ou de um determinado benefício do solicitante.
Esse tipo de crédito é mais comum para funcionários públicos, aposentados e pensionistas. Isso porque, em comparação a outros assalariados, esses grupos têm mais garantia de que vão receber os pagamentos.
Com isso, aumentam as chances de o crédito ser quitado.
Como funciona?
No crédito consignado, as parcelas são descontadas diretamente do salário ou da aposentadoria. Isso significa que uma parte da renda fica comprometida antes de o dinheiro chegar na conta da pessoa.
Por isso, é necessário planejar bem como será a sua vida financeira. Caso contrário, você pode ter dificuldades para quitar a dívida, atrasar o pagamento e ficar sobrecarregado pelos juros.
O processo ainda pode sujar seu CPF, o que exige a renegociação de dívidas.
Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontam que, em abril, o número de famílias endividadas no país alcançou 67,5% do total de entrevistados na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Assim, o número de endividados bateu recorde.
Como o golpe se dá
Nos últimos anos, o Brasil tem mostrado aumento assustador da prática de golpes no mercado financeiro, como o “golpe do empréstimo consignado” ou “golpe da falsa portabilidade”.
Essa fraude envolve a contratação enganosa de empréstimos consignados, causando prejuízos patrimoniais milionários e envolvendo diversos crimes, como estelionato e promessas falsas.
Os grupos envolvidos em fraudes começam aliciando servidores públicos, aposentados ou em atuação, por funcionários da empresa fraudante.
Esta levanta todas as informações da vítima (como CPF, nome completo, empréstimos prévios, margem consignável, etc) através de redes de tráfico de informações pessoais.
Uma vez contendo todas essas informações, essas empresas oferecem a portabilidade de dívidas anteriores para atrair mais vítimas.
Algumas das propostas são a redução da parcela de empréstimos consignados, lucro imediato de 10% sobre o valor depositado na conta dos servidores, entre outras ofertas que, a princípio, parecem irresistíveis.
Detalhes da fraude
É importante ter em mente que o contrato ofertado pelas empresas golpistas pode variar, recebendo nomes diversos como “cessão de crédito” ou “instrumento particular”.
Esses contratos prometem a portabilidade de um empréstimo consignado com condições atrativas, o que induz a vítima a expor sua margem consignável para a empresa falsa.
Ela, por sua vez, utiliza essa informação para buscar, junto a bancos parceiros, uma operação de crédito consignado.
Investigações policiais apontaram que a aplicação desse tipo de golpe precisa da participação ativa de um correspondente bancário, que, em suposta parceria com a organização criminosa, é encarregada de duas funções primordiais.
A primeira é, utilizando um sistema clandestino de informações, repassar informações sigilosas de clientes que possuem empréstimos consignados e margem disponível para realizar a contratação destes.
Os criminosos conseguem enganar os possíveis interessados, prometem a redução da parcela de eventual empréstimo consignado através do contrato com um reconhecimento de firma em cartório (o que torna ainda mais difícil o reconhecimento do golpe) e, muitas vezes, até fraudam a assinatura da vítima.
Como evitar?
O primeiro passo para não cair nesse tipo de golpe é não fornecer seus dados pessoais e bancários para estranhos ou páginas desconhecidas.
Atualmente é comum que fraudes ocorram a partir de ligações telefônicas, e-mails ou mensagens pelo Whatsapp.
Se você não conhece o site ou o número, não forneça suas informações e denuncie para o seu banco e para o Procon da sua região.
Uma ferramenta importante para evitar o golpe é bloquear a opção do benefício de empréstimo consignado. Para isso, você só precisa fazer o login no site “Meu INSS” e buscar a opção de bloqueio de benefício.
Para impedir que sua linha telefônica seja alvo de ligações fraudulentas, é necessário cadastrar o número no site Não Perturbe.