Expectativa de vacinação provoca alta de ações no turismo

Expectativa de vacinação provoca alta de ações no turismo

Campanha de imunização é essencial para a atividade turística voltar a normalidade

O setor de turismo está começando a se recuperar em 2021. Com a expectativa de vacinação, que se confirmou com o início da campanha de imunização, em 20 de janeiro, as companhias aéreas e as empresas da categoria viram as ações se valorizarem na Bolsa de Valores brasileira.     

Sem opções internacionais, devido às restrições, o governo e as empresas do setor têm focado na promoção do turismo nacional.

Nesse período de verão, o brasileiro está aproveitando o clima em Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará ou Bahia, curtindo o que há de melhor no território nacional.

Maior valorização na Ibovespa desde o início da pandemia

As ações da Embraer registraram uma alta de 8,48%, enquanto a empresa teve a maior valorização na Ibovespa. As companhias Azul e Gol também fecharam em alta, com aumento de 7,26% e 4,49%, respectivamente. 

A CVC, uma das principais empresas de pacotes de viagens do país, também viu as ações subirem 5,49%, após a declaração do Eduardo Pazuello, Ministro da Saúde, sobre o início da vacinação no Brasil.

A queda do dólar, que fechou a R$5,20, menor cotação desde 30 de dezembro, também ajudou na valorização das companhias de turismo em janeiro.

Segundo Fabio Galdino, da Vero Investimentos, as empresas de turismo precisavam que a vacinação começasse logo para intensificar a retomada das atividades.

Turismo foi um dos setores mais afetados pela pandemia

Devido às restrições e aos bloqueios, tanto de rotas aéreas quanto terrestres, no ponto alto do surto, as empresas de turismo sofreram um grande impacto financeiro em 2020.

Assim, viagens foram canceladas sem previsão de volta, o que fez com que o número de voos e a taxa de ocupação em hotéis caíssem bruscamente no último ano.

Um levantamento realizado pela FecomercioSP, com base em dados do IBGE, mostra que o setor de turismo faturou R$ 70,4 bilhões entre janeiro e agosto de 2020, o que representa uma queda de 33,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

De acordo com os dados, a queda de faturamento foi influenciada pela diminuição em 68,8% das viagens aéreas.

Também houve uma queda de 43,2% nos serviços de hospedagem e alimentação, enquanto atividades e atrações turísticas, culturais e esportivas caíram 33,3% no período.

Em contrapartida aos dados negativos, informações do novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério da Economia, apontam que o setor gerou mais de 21,5 mil empregos em 2020, o que representa cerca de 15% dos trabalhos gerados no país durante o ano passado.

Mesmo com os resultados, o levantamento da Fecomercio-SP destacou que o setor tem tudo para se recuperar em 2021 com a retomada gradual das atividades, aproveitando-se dos feriados nacionais.

Turismo doméstico puxa a retomada das atividades do setor

A recuperação do setor vem acontecendo desde o início do afrouxamento das medidas de isolamento. Com a aposta no turismo nacional, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) divulgou que cerca de 5,6 milhões de pessoas viajaram em voos domésticos no mês de janeiro, o melhor resultado desde fevereiro de 2020.

O levantamento da agência também mostra que o percentual médio de ocupação nos voos domésticos foi de 81,6% em janeiro, o que aponta uma redução de apenas 2,5% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Segundo a Anac, em 2020, foram transportados cerca de 45,2 milhões de passageiros em voos domésticos.

De acordo com um estudo feito pela FGV Projetos, o setor de turismo só deve voltar ao ritmo normal de produção no último trimestre de 2021.

O levantamento indica que a categoria deve demorar cerca de 12 meses para retomar as atividades domésticas e até 18 meses para recuperar a normalidade do turismo internacional.